11 de Setembro de 1836

Há 184 anos, em 11 de Setembro de 1836, era proclamada a República Rio-grandense! Imune a qualquer relativização, foi um ponto de virada não apenas da História do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil. Deste momento em diante, o que pode ser chamado de levante, rebelião ou, por alguns, de revolução, passa a ser uma guerra entre dois países distintos, por mais que um dos dois tenha sido formalmente efêmero.
O líder Farroupilha Antônio Bento Gonçalves estava liderando ações militares próximo de Porto Alegre quando o General Antônio de Sousa Neto,, comandante da 1ª Brigada Ligeira de Cavalaria do Exército Liberal venceu em Bagé, uma batalha definitiva contra os “escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas”. Sem consultar qualquer outra liderança, o general, no calor do momento declama um discurso apaixonado onde proclama a República Rio-Grandense.
Por 9 anos incompletos, até o tratado de Poncho-Verde que encerrou a guerra, o Rio Grande do Sul foi um país soberano, sempre em luta e com todas as imperfeições e incoerências que um Estado soberano possui. Pôde-se dizer que mesmo hoje, muitos de nossos compatriotas ainda vivem nesta república hoje mais imaginada do que real é muito da mítica em torno do gaúcho centauro dos pampas surgiu aí.
Érico Veríssimo deliberadamente omite boa parte da guerra dos Farrapos em sua obra-prima, O Tempo e o Vento, em clara intenção de romper com este ideário. Mas é patente a força que ele ainda exerce sobre muitos. O engraçado e justamente a tentativa de sequestro de um movimento de rebelião (e a discussão contra o que se rebelaram merece muito mais do que este pequeno texto) por setores cada vez mais conservadores.
Na imagem acima, detalhe de Proclamação da República de Piratini (outro nome da República Rio-Grandense), do pintor Antônio Parreiras, 1915.

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