8 de Setembro de 1793

Há 227 anos, em 8 de setembro de 1793, iniciava-se o que hoje é a maior manifestação de devoção católica do mundo, o Círio de Nazaré. Sempre no segundo domingo de outubro, os devotos acompanham a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo caminho entre a Catedral Metropolitana de Belém até a Basílica de Nazaré, em uma procissão que ano passado durou cerca de 4 horas e meia.
A origem da devoção à virgem de Nazaré veio com os padres jesuítas no século XVII, mas a tradição mais popular conta que em 1700, Plácido, um descendente de portugueses e indígenas encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora de Nazaré às margens de um igarapé, na área hoje correspondente à basílica. Depois de limpar a pequena imagem de madeira e coloca-la em um altar improvisado, Plácido teria se surpreendido com o seu desaparecimento e retorno ao local onde foi encontrada.
O suposto milagre deu início às homenagens da população local e Plácido construiu uma pequena ermida para a estátua. Mas o próprio governador da então Capitania teria colocado a imagem sob vigia de guardas na capela do palácio do governo, de onde ela também desapareceu, ressurgindo na pequena capela construída pelo pescador. Desde então a devoção à santa foi ganhando caráter oficial até acontecer a primeira procissão em 1793.
Desde então, o evento ganhou grande proporção e relevância, tornando-se um dos elementos constituintes da identidade paraense, com mais de 2,5 milhões de fiéis na procissão de 2019, sendo reconhecido em 2004 como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Iphan e em 2013 Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Neste ano, pela primeira vez desde a Cabanagem em 1835, o Círio não irá acontecer, devido à pandemia.
Na imagem, ilustração do Círio publicada na revista Puraquê, outubro de 1878.

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