20 de Agosto de 1191

Getúlio Vargas, o Tio Gegê, ou ainda o Velho, para os íntimos é talvez a principal figura histórica do Brasil republicano. Poucas figuras conseguiram, e ainda consegue, balizar os debates políticos, sociais e históricos como Vargas. Tachado como fascista, populista, caudilho, ditador, além de outros epítetos nada agradáveis, é raro alguém ser isento sobre posicionamentos ou julgamentos sobre ele.
Líder da Revolução de 1930, movimento hoje conhecido como a modernização conservadora brasileira, foi um dos responsáveis por acabar com a República Velha e inaugurar um período da nossa história que leva o seu nome, a Era Vargas. Fica uma lembrança muito especial aqui para FHC que em seu discurso de posse conclamava que a Era Vargas chegava finalmente ao fim com seu governo. O que Fernandinho quis dizer sobre isso somente ele sabe.
Quando no governo fez uma série de reformas além de adotar uma política econômica nacionalista, entre as suas criações estão a Petrobrás, o BNDES, a CSN, a FNM, entre outras estatais responsáveis por acelerar a industrialização brasileira. Em 1932 enfrenta paulistas e mineiros em uma contrarrevolução disfarçada de movimento constitucionalista.
Em 1937 se consolida sua veia autoritária e com ela a ditadura do Estado Novo, que acaba com todos os partidos políticos além de lhe dar poderes singulares e centralizadores. Segundos alguns historiadores, o Estado Novo foi a nossa experiência fascista de organização social, estatal e de governo, diz aí nos comentários se você concorda com essa visão.
Em 1945 cai por conta da incoerência de lutar na Europa contra regimes autoritários e fascistas, alô, Monte Castelo, e aqui ser um ditador autoritário e centralizador. Mesmo assim consegue angariar apoio popular ao ponto de ser lançar um movimento que propunha a sua volta a presidência, agora de forma democrática, no voto, já em 1945. Nascia o queremismo.
Volta ao poder, com força, com apoio popular em 1951, após derrotar nas urnas Eduardo Gomes, candidato da UDN, um dos partidos mais conservadores e reacionários que já tivemos. Carlos Lacerda, uma das lideranças do partido, começava sua campanha persecutória e oposicionista a Vargas, a quem chega a ameaçar de golpe com apoio, sempre deles, dos militares. Gomes, derrotado, garante a posse e o estado democrático. Lacerda, entretanto, não sossegaria…
Chegamos em agosto de 1954, após campanha atrás de campanha contra Vargas, Lacerda sofre um atentado, conhecido como o Crime da Rua Toneleros. Sobrevive e acusa Vargas de ter sido o mandante. As investigações ligam Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal varguista, como mandante do atentado.
A pressão política e pessoal contra Vargas aumenta e então no dia 24 de agosto ele tira a vida com dois tiros no peito, o pijama usado por Vargas em seu suicídio pode ser visitado no Palácio do Catete. Em sua carta de suicídio, um verdadeiro testamento político, Vargas diz que forças ocultas se levantaram contra ele e que contém uma de suas frases mais famosas: saio da vida para entrar na história.

Conheça nossa campanha de financiamento contínuo
Entre em https://www.padrim.com.br/cliopodcasts e ajude a partir de R$ 1,00 mensais a manter esse projeto no ar e produzindo cada vez mais conteúdo acessível para todas e todos.


Você também pode nos financiar via PicPay! Se você tem um cashback sobre então porque não apoiar um projeto de comunicação e educação histórica.
Procura a gente lá em https://app.picpay.com/user/cliohistoriaeliteratura