6 de Julho de 1886
Há 134 anos nascia em Lyon um dos maiores nomes da historiografia mundial: Marc Bloch. Medievalista, teórico, historiador do presente, soldado, Bloch foi um homem de inúmeras facetas. Amigo de Lucien Febvre, com quem depois teve algumas rusgas teóricas, Bloch foi um dos fundadores da revista Annales d’Histoire Économique et Sociale e sua revolução metodológica, que se afasta tanto da historiografia cientificista do período positivista quanto da nacionalista chauvinista do período romântico. Entre seus livros estão A Sociedade Feudal, Os Reis Taumaturgos e História Rural da França, além de A Estranha Derrota, porém é por Apologia da História, ou o Ofício do Historiador que ele é, devidamente, reconhecido, pois é nele que dá pistas para os historiadores do futuro – ou seja, nós – do seja história e do que seja investigação histórica. Judeu, sofreu perseguição durante na França do Caso Dreyfus, foi combatente nas duas guerras, e morreu fuzilado no dia 16 de junho de 1944 em Saint-Didier-de-Fomans, às ordens de Klaus Barbie, infame membro da Gestapo, cognominado de Açougueiro de Lyon e reconhecido por torturar pessoalmente suas vítimas.
Esse espaço é pequeno demais para um espírito como de Marc Bloch, seja pelo seu apreço à história, seus ensinamentos enquanto historiador, seja pelo seu exemplo como um verdadeiro defensor da justiça e liberdade. Bloch é um desses gigantes que de tempos e tempos varrem o mundo com toda sua potência.
Na imagem clássica foto de Marc Bloch, s/d e anônima
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Clio: História e Literatura 