Operação Popeye | Hoje Na História

31 de Março de 1964

Há 56 anos, em 31 de março de 1964, Olímpio Mourão Filho telefonou para diversas pessoas sempre dizendo: “Minhas tropas estão na rua!” Era pura mentira, como muitos dos que ouviram estas palavras bem sabiam. Integralista da primeira onda, redator do famigerado “Plano Cohen”, que Vargas usou como justificativa para o autogolpe do Estado Novo de 1937. Mas o que lhe faltava em credibilidade, sobrava em voluntarismo.

Temendo o fim da fase da Lua Cheia (ah, o esoterismo integralista), se antecipou aos planos já orquestrados pelo Estado-Maior do Exército para derrubar o presidente João Goulart. Ordenou que os homens da 4ª Divisão de Infantaria, sob seu comando marchassem em direção ao Rio De Janeiro, onde estava o presidente. O motim ganhou o nome de “Operação Popeye”, em alusão ao cachimbo sempre presente na boca do general. As movimentações começaram apenas na madrugada de 1º de Abril e seguiram sem resistência até encontrarem-se e confraternizarem-se com divisões do I Exército, que vinham da antiga capital com ordens de confrontá-las. Mas todo este pastiche inflamou os jornais, o que criou o cenário perfeito para que os militares tomassem o poder em definitivo, no dia 02 de abril, e o que começou com uma mistura de fanfarronice, engodo e anedota, tornou-se um dos períodos mais sombrios da História do Brasil.

Na imagem, o general Olímpio Mourão Filho confraterniza com o banqueiro e na época governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto (UDN) em abril de 1964. Camões há de relevar, pois se os tempos mudam, algumas vontades permanecem.


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