Radiação em Goiânia

Hoje Na História, 13 de Setembro de 1987

Em 13 de Setembro de 1987, há 32 anos, 2 catadores de sucata entraram em uma clinica hospitalar abandonada em Goiânia. Lá acharam uma máquina de radiografia abandonada que foi levada, por eles, para o ferro-velho de Devair Ferreira onde foi desmontada. Com a máquina desmontada acharam um cápsula e ao abri-la foi exposto ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um sal muito parecido com o sal de cozinha (NaCl), mas que emite um brilho azulado no escuro. Uma característica do CsCl é ele ser higroscópico, ou seja, absorver a umidade do ar: ele facilmente adere à roupa, à pele e aos utensílios. Devair, encantado com aquele sal, mostrou para sua esposa, Maria Gabriela, e distribuiu para amigos e parentes como lembrancinha. Uma das pessoas a ganhar o sal foi sua sobrinha Leide que tinha 6 anos na época. Expostas à radiação essas pessoas começaram a passar mal até que em 29 de setembro, Maria Gabriela leva para a Vigilância Sanitária uma amostra do pó que foi identificado. O governo de Goiânia aciona o governo federal. O caso foi encoberto em seus primeiros dias informando à população que se tratava de um vazamento de Gás. Mas com a imprensa de todo o país indo para Goiânia logo assumiram se tratar de um acidente Radioativo que causou pânico na população. Pessoas expostas à radiação estavam sendo atendidas no Estádio Olímpico Pedro Ludovico e outros casos mais graves foram encaminhados para tratamento no Rio de Janeiro. houveram 4 mortes (Leide, Devanir, Maria Gabriela e Ivo, pai de Leide) e 1600 pessoas foram afetadas. Foi o maior acidente radioativo do mundo, fora de uma usina nuclear e gerou toneladas de lixo radioativo que está enterrado até hoje e continuará por centenas de anos até o césio decair.

Na imagem funcionários do Governo de Goiás trabalhando na remoção do lixo contaminado do ferro velho de Devair.

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