
O medievalismo é uma das áreas de estudo onde a historiografia mais se debruçou ao longo do tempo, desde os tempos de Leopold von Ranke até o presente, a Idade Média e seu estudo têm motivado historiadores ao redor do mundo em sua pesquisa e seus escritos. Primeiramente vista como uma grande época sombria, o milênio das trevas — visão compartilhada por renascentistas, que não enxergavam o quão embebidos pelo espírito medieval estavam, e por iluministas. cujo muitas das construções, principalmente do campo da lógica e da epistemologia, são frutos de uma inflorescência medieva — passando pela aridez do (pseudo)cientificismo positivista e até a apologia e reconstrução dos historiadores românticos, a Idade Média sempre foi uma ponta-de-lança em termos de avanços e progressos na historiografia europeia.
Foi durante a revolução encabeçada pela Escola dos Annales o medievalismo conseguiu romper os binômio estabelecido entre detratores e apologistas, é a partir de seu fundador, e animal-espiritual, Marc Bloch, que a historiografia medievalística conseguiu se estabelecer como crítica, analítica e praticada a partir da história-problema.

No seio da chamada nouvelle historie, movimento francês de (re)renovação dos métodos de pesquisa e de abordagens teóricas, se consolidaram historiadores do peso de Georges Duby, Jacques Le Goff, Pierre Norra, Jean-Claude Schmitt e, de certa forma, Roger Chartier. Tal movimento pode ser visto como um desdobramento quase que natural dos métodos surgidos a partir dos Annales.
Uma das obras de maior impacto nessa nova interpretação do período medieval, que se preocupa com a história do homem-comum, com as mentalidades, com as representações, com a intersecção com outras do conhecimento, que se propõe a responder questionamentos postos aos objetos de estudo, é justamente esse Dicionário Analítico do Ocidente Medieval, organizado pelos franceses Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt, contando com artigos temáticos assinados por historiadores como Danielle Régnier Bohler, Jean-Philippe Genet, Jérôme Baschet, entre outros, o volume se propõe a analisar de forma crítica temas transversais que trespassem o período, não se preocupando em divisar, em picotar, o período de forma episódica.
O Dicionário Analitico do Ocidente Medieval é um volume essencial para aqueles que querem se introduzir nos estudos medievalistas, ou para aqueles que procuram entender que uma outra história, muito além da mera acumulação de fatos, dados e nomes, é possível, uma história que pensa, que problematiza, que conversa com outras ciências, que não se enxerga como, de forma soberba, a mestra da vida. Outro bom uso do volume é para professores do ensino base que procuram textos afins na preparação de aulas temáticas e transversais do período, levando para a sala de aula um exercício de história-problema.
FICHA TÉCNICA

Nome: Dicionário Analítico do Ocidente Medieval
Autor: Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt
Editora: Editora Unesp
Páginas: 1477 pp.
Peso: 2,6 kg
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