Desvendando uma Fábula Humanista

Uma leitura de “Utopia”, de Thomas More

Mapa de Abraham Ortelius datado de cerca de 1545

O que torna um clássico, um clássico, sua imortalidade? A capacidade de se apresentar como pertinente e estruturante perante as gerações sucessoras a ele? Sua capacidade de ser inesgotável às leituras futuras, e passadas? Em suma, todos esses apontamentos podem, em comunhão com muitos outros fatores, definir um clássico como um clássico. O que falar então de uma obra da envergadura como De optimo reipublicae statu deque nova insula Utopia, ou simplesmente Utopia, de autoria de Thomas More? Uma obra que segue praticamente inesgotável, tanto em sentido quanto em hermenêutica, mesmo hoje, mais de 500 anos após a sua publicação. A obra de More inclusive causa, ainda, um forte ardor dentro dos muros da academia sobre seu texto, havendo os mais diversos debates acerca de seus conceitos e interpretações.

Para se ilustrar um pouco, flertando com o anacronismo, como pode soar contemporânea uma obra publicada em 1516 podemos citar a seguinte passagem do livro primeiro da Utopia:

A França está infestada por uma peste ainda mais desastrosa. O seu solo está inteiramente coberto e como que sitiado por inúmeras tropas arregimentadas e pagas pelo Estado. (…) Este deplorável sistema é injustificado pelo mesmo motivo que vos leva a sustentar miríades de lacaios ociosos (…) que a segurança do Estado exigia um exército numeroso, forte, permanentemente em armas, e composto de veteranos. (…) 1

Nesse trecho Thomas More, sob o manto do personagem Rafael Hitlodeu, faz uma crítica de uma nação do século 16, não uma potência global contemporânea, como pode soar se fizermos as devidas pontes entre o passado e o presente.

Aqui não cabe, uma pequena resenha, toda a discussão acerca desta obra, seria uma tarefa realmente enfadonha e sem fim, em ambos sentidos imputados nessa palavra, desta forma proponho aqui apresentar alguns apontamentos a respeito da leitura desta obra fundamental, sendo guiado em boa parte desta leitura pelo artigo O Velho e o Novo Mundo vistos de Utopia, presente no livro de 2004 Nenhuma Ilha É uma Ilha 2 do historiador e crítico literário italiano Carlo Ginzburg.

Retrato de Thomas More, datado de 1527, assinado por Hans Holbein, o Jovem

Nas palavras de More a sua Utopia seria uma fábula, um gênero literário característico desse período conhecido como Humanismo. Partindo de tal afirmação já se sucinta uma série de interpretações: uma fábula seria uma pequena história contada de forma alegórica com um fundo moralizante para o público destinado. Debrucemo-nos um pouco além: segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio a definição de fábula seria: historieta de ficção, de cunho popular ou artístico, ou: narração breve, de caráter alegórico, em verso ou em prosa, destinada a ilustrar um preceito, e ainda: narração de coisas imaginárias, ficção 3.

Tendo essa definição em mente chegamos a uma importante questão: o que Thomas More estaria querendo ilustrar através de sua ilha que não é lugar nenhum? Pode-se dizer que ele queria ser moralizante; sim, talvez, mas para ter essa interpretação seria preciso entender qual era a lição de moral a ser passada pelo autor em um contexto geral, para tanto seria necessário praticamente esgotá-lo, o que, como já foi escrito aqui, seria uma missão hercúlea.

O tom moralizante, aliado à crítica e à sátira, pode ser claramente notado ao longo do texto, respectivamente no primeiro e no segundo livro. Os aspectos críticos presentes no texto tangem não a sociedade em si, mas sim a forma como essa sociedade é governada, principalmente no que se refere às leis produzidas por essa sociedade. Vale lembrar o contexto no qual estava inserido o livro: é justamente essa longa transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Percebe-se algum toque moderno 4 ao longo do texto de More, mas ao mesmo tempo ainda é impregnado por uma mentalidade medieval, principalmente ao se utilizar de recursos retóricos alegóricos e moralistas, muito comuns em gêneros como o roman e o fabileaux do medievo. Com essa visada podemos perceber um dos motivos de sua intemporalidade: por ter cada pé em um regime de historicidade, a Utopia acaba não sendo medieval e moderna ao mesmo tempo em que é medieval e moderna, essa incapacidade de se fixar num tempo determinado e imóvel é um dos preceitos para um clássico se tornar um clássico.

Ilustração da primeira edição da “Utopia”, datada de 1516

Descortina-se, agora, o primeiro livro da Utopia: como já foi dito, nessa primeira parte More se preocupa em ser mais crítico do que ficcional, na parte ficcional do livro, o segundo livro, as críticas na primeira parte são complementadas através de algumas alegorias e pela descrição da ilha utopiana. Através de uma longa conversa com a personagem Rafael Hitlodeu, que parece ilustrar os pensamentos reais de More 5, sendo uma espécie de interpretação literária de si-mesmo, descortina-se uma análise sobre o contexto internacional da época, principalmente a questão da guerra 6 e da política externa de França e Inglaterra.

Pela leitura proposta por Carlo Ginzburg 7, essa primeira parte é a única que se pode considerar realista, na amplitude do real, nela encontra-se o Thomas More mais crítico, sempre na figura de Rafael Hitlodeu, disposta a mudar, ou melhor, reformar, o status quo da sua Inglaterra e onde ele se apresenta como verdadeiro filósofo. Ele tange muitos aspectos da vida e da realidade do Antigo Regime, mas, sob a óptica dessa leitura, o que ele mais trata é a questão da guerra.

O tom que se desenrola pelo texto parece extremamente pacifista, sendo More/Hitlodeu abertamente adepto dessa linha de pensamento, como podemos notar na seguinte passagem:

“(…)De qualquer maneira que se encare a questão, esta massa imensa de gente parece-me inútil ao país mesmo na hipótese de uma guerra, que poderíeis, aliás, evitar todas as vezes que o quisésseis. Ela é, além do mais, o flagelo; e a paz mercê que se trate dela tanto quanto da guerra. (…) (pág. 176)”.

Essa “massa imensa” seria a massa de nobres que tinham como função, apenas, dentro de uma lógica feudal, fazer a guerra. Então podemos perguntar, também, se o autor não queria criticar essa nobreza ainda calcada nessa lógica feudal. Talvez 8, mas não é o que se propõe essa leitura.

Vale lembrar que ao longo do livro essa crítica ao “parasitismo” nobiliárquico é ressaltada em diversas oportunidades, sempre sob a pele de seu alter-ego Rafael Hitlodeu, seria interessante, se essa hipótese fosse possível, pensarmos qual seria a real opinião de More per se acerca do tema, infelizmente só nos resta rastrear os farelos alegóricos legados até nós. Acreditamos que Thomas More não critica a nobreza em si, mas sim a sua principal característica: não trabalhar, o culto ao ócio, e cuidar dos aspectos unicamente da guerra e da proteção às outras duas camadas da sociedade medieval 9. More acredita que tal característica é prejudicial em um plano aberto, à coisa pública em si, afinal uma grande porção da população teria que trabalhar, lavrar a terra, cuidar dos animais, fazer o comércio, para sustentar uma vida de excesso e luxo de uma pequena porção da população, ou estrato social 10, em um claro desequilíbrio social.

Xilogravura de Ambrosius Holbein de uma edição da “Utopia” datada de 1518

Algo que salta aos olhos ainda no tangente ao primeiro livro é que todas as críticas feitas por Rafael Hitlodeu são dirigidas a um conselheiro real, no caso John Morton, cardeal e arcebispo da Cantuária 11, chanceler da Inglaterra. Ou seja, ele direciona suas críticas a um nome importante do poder estabelecido. O uso de tal retórica sugere que se transpusermos a figura de Hitlodeu para a de More, o que parece ser muito bem sustentável ao longo da Utopia, o autor teria severas reservas quanto à forma de poder e a maneira de se governar da Inglaterra do século 16.

O volume de críticas à política interna e externa inglesa no primeiro livro é realmente elevado, e serve de grande valor para os historiadores profissionais, principalmente como uma forma alternativa de fonte primária para os campos da História da Cultura e das Mentalidades, afinal reproduzem uma atitude de um homem de grande fama e muito lido ainda em seu tempo.

Carlo Ginzburg levanta uma pergunta interessante em seu artigo citado 12: o que ler da Utopia? O livro primeiro? O livro segundo? Toda a Utopia? A resposta, suponho, depende do gosto e interesse do leitor. Mas tenho uma leve inclinação a acreditar no valor de uma leitura por completo dessa obra, devido aos seguintes fatores: trata-se de um livro magnífico, um daqueles monumentos produzidos pela humanidade nas belas letras, como leitura, como objeto de estudo — tanto histórico quanto literário — para o meio acadêmico; trata-se de um clássico da cultura geral ocidental, ou seja, é bom ter o mínimo de contato com ele por se tratar de um dos alicerces do contexto de mentalidade na qual estamos inseridos; e por se tratar de um livro de fácil linguagem, não é, em suma, hermético 13.

Mesmo defendendo que o texto deva ser lido em sua íntegra, por questão de gosto, admito que a segunda parte seja um pouco mais interessante, pois se trata de material mais literário, com um tom fantástico 14 em sua narrativa, onde o leitor é envolvido pela descrição da ilha de Utopia.

O fantástico salta aos olhos pelo texto, isso também pode ser explicado como um recurso estilístico do autor; criando um lugar fantástico, que na própria etimologia do nome, é um lugar não-lugar, um lugar que não existe, More conseguiu descrever o seu modelo, apesar de refutar alguns dos seus aspectos no final do livro, de organização estatal, de religião, de relações interpessoais, de forma de se guerrear, etc.

Tudo parece ser perfeitamente ordenado e funcional na narrativa de Hitlodeu, tudo parece estar no seu devido lugar e no seu devido tempo: aqui reside o caráter de fábula, como nos lembra Ginzburg 15. Nessa parte da narrativa More é realmente muito alegórico, fantasioso, nos remetendo a um lugar ainda desconhecido, ou quase desconhecido, da Europa à época para poder ser satírico e crítico, com uma leve acidez, a cerca dos modelos e do modo de vida dessa mesma Europa 16. O humanismo tinha essa característica, criar lugares impossíveis para se criticar abertamente lugares possíveis, como pode-se ler tanto na Utopia quanto em Pantagruel e Gargantua, de François Rabelais.

More é deveras contundente em sua crítica ao que chama de “culto ao dinheiro”, com perdão do anacronismo, tal “culto” pode ser traduzido como, nos nossos termos, “culto ao capital financeiro”, ou, numa perspectiva marxista do contexto histórico, ao acúmulo primitivo de capitais.

Explico. More parece ser notoriamente contra o fato de o dinheiro gerar dinheiro, sem entrar no meio produtivo, e no seu acúmulo desmesurado17. Tanto que ele chama de “bárbaro” um povo, os zapoletas, que tem como devir guerrear, e guerrear por dinheiro, ou seja, um povo mercenário. Os zapoletas serviriam como exército dos magistrados utopianos em caso extremo de guerra, o que Hitlodeu, ou deveríamos dizer Thomas More?, se posta extremamente contrário. Tanto que a fidelidade zapoleta é assim definida pelo autor da Utopia:

“(…) A paixão do dinheiro é entre eles tão forte que um vintém a mais no soldo diário basta para fazê-los mudar de campo. (…) (pág. 285)”.

Nessa descrição aos zapoletas está implícita uma crítica ao trabalho que não sirva para a coisa pública e ao ardor à guerra e ao dinheiro.

Essa crítica ao “dinheiro”, que é posto como Deus em alguns povos segundo Hitlodeu, também pode ser sentida na seguinte passagem:

“(…) É justo que um nobre, um ourives, um usurário, um homem que não produz se não objetos de luxo, inúteis ao Estado, é justo que tais indivíduos levem uma vida caprichosa e esplêndida por entre a ociosidade e ocupações frívolas, enquanto que um trabalhador, um carreteiro, um artesão, um lavrador vivam na negra miséria, mal podendo alimentar-se? (…) (pág. 309)”.

Ou seja, a crítica não é à nobreza em si, mas sim a falta de contribuição que tais pessoas poderiam trazer à coisa pública. More, homem religioso e católico em uma Inglaterra às beiras do advento do anglicanismo, teria como embasamento ético aquele preceito bíblico: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te torne à terra;…18.

Outro fator que salta aos olhos, se levarmos em conta o seu contexto imerso na Reforma e na Contra-Reforma, é a defesa à liberdade de culto que More expõe: através de seu personagem principal ele nos descreve como os habitantes da ilha devotam, na verdade, a mesma entidade, Mitra, sob vários aspectos. Só que nos templos pode-se rezar a qualquer um desses aspectos não importando se está em um templo desse avatar ou não. Tanto que um recém batizado, afinal o cristianismo já havia chegado por lá, que pregava contra as outras formas de religião é assim descrito:

“(…) Arrebatado por seu ardente fervor, não se contentava em elevar ao primeiro plano o cristianismo; e condenava todas as outras religiões vociferando contra seus mistérios, que classificava de ímpios e sacrilégios, dignos do inferno. Esse neófito, depois de ter deblaterado neste tom durante muito tempo, foi preso, não sob prevenção de ultraje ao culto, mas por ter provocado tumulto entre o povo. Foi a julgamento e condenado ao exílio. (…) (pág. 295)” 19.

Essa passagem ilustra com maestria a defesa da liberdade de culto. Claro que nunca nos podemos esquecer do caráter satírico da obra, pois se trata de texto extremamente moralizante 20 e fabuloso, no sentido de fábula, que tende a nos passar um modelo ideal de organização estatal e relações humanas, acima de tudo.

Esses são apenas dois aspectos presentes no segundo livro da Utopia. Poderíamos ainda dialogar sobre várias e várias nuances presentes ao longo de seu texto. Mas, como é dever do historiador, foi preciso se ater a um recorte de leitura para a obra. A discussão poderia ser muito mais aprofundada, mas o potencial a se perder também era elevado, ficando ainda mais repetitiva e tautológica. Opto por fazer esse recorte a cair na obviedade e na mesmice.

De optimo reipublicae statu deque a nova insula Utopia abre-se como um clássico definitivo. Basta pensar que após tanto tempo da sua primeira publicação ainda implica uma forte discussão entres seus leitores, sejam eles leigos ou estudiosos, em vários campos de estudos, como a literatura, a história, a sociologia, etc.

Thomas More, na figura de Rafael Hitlodeu, passa a seus leitores inúmeras e inúmeras mensagens, sempre positivas, sempre querendo reformar os costumes, sendo propositalmente anacrônico, seja do século 16 ou do século 21. Um livro que permanece atual, mesmo com todas as mudanças ocorridas ao longo do longo processo histórico.


Notas:

1 Thomas More – A Utopia, volume X da coleção Os Pensadores, publicada em 1972 pela Editora Abril. Essa edição, curiosamente, foi publicada juntamente com o Elogio à Loucura de Erasmo de Roterdã, e o mais curioso é que ambos foram muito amigos, tendo Erasmo, inclusive, escrito seu magnífico livro quando de uma visita à casa de More na Inglaterra.

2 Publicado em 2004 pela Companhia das Letras.

3 Claro que tal conceito, tirado do dicionário, está inserido em um contexto, toda palavra pode possuir inúmeras e inúmeras definições.

4 Aqui utilizado como um tom de repulsa ao passado, não a sua negação, afinal More pode ser, sumariamente, inserido no contexto do Renascimento do século XVI, e como outros autores seus contemporâneos, More bebe, e muito, da fonte da Antiguidade Clássica, porém ele, sob essa leitura, tenta usar a Antiguidade Clássica como modelo, não como alicerce.

5 Vale lembrar que More era um agente do poder real, sendo assim, qualquer crítica que fizesse poderia ser interpretada como um ataque pessoal. É preciso lembrar que nessa época os interesses públicos e privados ainda não estavam muito bem delimitados e separados.

6 À qual ele se posiciona, em muitas partes do texto, contrariamente.

7 Em seu belo artigo O Novo Mundo e o Velho Mundo vistos de Utopia.

8 A obra está inserida no contexto de transição da Idade Média para a Idade Moderna, estaria então Thomas More adiantando uma severa crítica ao modo de vida das classes, ou estratos, sociais de sua época? Isso, talvez, não saberemos.

9 Em seu livro Civilização do Ocidente Medieval Jacques Le Goff nos mostra com maestria essa tripartição da sociedade da época e suas funções.

10 Cf. Le Goff, Jacques. Op. cit.

11 O arcebispo da Cantuária, ou em inglês Cantebury, é, depois da Reforma Anglicana, o segundo posto da Igreja na Inglaterra, ficando atrás apenas do próprio monarca.

12 Op. cit.

13 Apesar de suas inúmeras referências à cultura greco-romana e a própria língua grega, não se trata de um texto dificílimo de ler para aqueles que não tem grande contato com a cultura clássica ou com a língua grega, uma boa edição comentada ou bem traduzida já reduz essa dificuldade primeira.

14 Lembrando em muito a tradição medieval de descrição de países fantásticos onde tudo seria, em algum ponto, diferente do real. Basta nos atermos à fábula da Cocanha, como exemplo.

15 Op. cit.

16 É de se lembrar que o mundo, nas palavras de Max Weber, ainda era encantando. O que para nós, homens do século XXI, pode parecer um absurdo, um lugar a oeste desconhecido e fantástico, para os homens do século XVI poderia soar como uma verdade científica. A mesma atitude certos autores do século que passou tomaram em relação ao futuro, como Aldous Huxley e Anthony Burgess em suas obras Admirável Mundo Novo e Laranja Mecânica, respectivamente.

17 Percebe-se em More ainda o ranço da Igreja à usura, a relação entre Igreja, usura e o desenvolvimento do capitalismo foi bem estudado por Jacques Le Goff em seu A Bolsa e a Vida: A usura na Idade Média.

18 Gênesis 3:19

19 Segue-se ainda na mesma página a seguinte passagem: “Os utopianos incluem no número de suas mais antigas instituições a que proíbe prejudicar uma pessoa por sua religião.”.

20 Basta lembrar aquela sentença latina, língua na qual fora escrita a Utopia: “ridendo castigat mores”, “corrige os costumes rindo”.


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