10 de Dezembro de 1520

Há 500 anos o teólogo e monge agostiniano Martinho Lutero queimava em uma fogueira em Wittenberg diversas obras eclesiásticas, como as leis canônicas, a constituição papal e obras teológicas, em represália à bula papal Exsurge Domine, decretada pelo papa Leão X que basicamente condenava diversas teses e obras de Lutero e o ameaçava de excomunhão caso ele continuasse a defender publicamente suas ideias.

A Igreja havia condenado as obras e teses luteranas alegando que elas seriam obras do Anticristo e por conta disso queimou diversas cópias dessas obras. A condenação e queima das obras gerou uma forte indignação entre os apoiadores de Lutero, entre eles o reformador Filipe Melâncton.

Enquanto queimava as obras eclesiásticas Lutero teria recitado o versículo presente em Salmo 21:9 que diz:

“No dia em que te manifestares

farás deles uma fornalha ardente.

Na sua ira o Senhor os devorará,

um fogo os consumirá.”

Lutero depois teria se justificado usando o seguinte argumento:

“Desde que eles queimaram meus livros, queimei os deles. A lei canônica fora incluída porque faz do papa um deus na Terra. Até então havia apenas burlada com isso os assuntos papais. Todos meus artigos condenados pelo Anticristo são cristãos. Raramente o papa superou qualquer um com as Escrituras e com a razão.“

A relação entre Lutero e o papado só se deteriorou e em janeiro de 1521 o monge acabou sendo oficialmente excomungado em um dos eventos mais importantes da Reforma Protestante.

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