A História de um dos Exemplares mais Importantes da Arte Românica
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Objeto dos mais inestimáveis do período medieval, a Tapeçaria de Bayeux representa uma fonte importante, não somente para compreender as técnicas que compunham a arte da fabricação de narrativas por meio da tecelagem, representando um dos maiores exemplos nesse suporte do românico, como também, informa sobre os acontecimentos históricos ali narrados. Ela é considerada uma das maiores tapeçarias sobreviventes do período, medindo quase 70 metros de comprimento.

Interessante saber que, apesar do nome, a Tapeçaria de Bayeux é na verdade um bordado. Isso porque a técnica empregada em sua confecção é a de pontos e contrapontos sobre o linho, ou seja, as imagens e escritas que ali aparecem não foram formadas por meio do entrelaçamento dos fios de lã. Ela é composta por cenas que contam os acontecimentos ocorridos entre os anos de 1064 e 1066. Acompanham as imagens, nomes de pessoas, lugares e explicações em latim, apesar de se perceber a influência da língua anglo-saxã na grafia de algumas palavras.
Existem várias hipóteses sobre sua origem. A mais provável é de que ela foi encomendada por Odo, bispo de Bayeux, posteriormente conde de Kent e meio-irmão de Guilherme, duque da Normandia. A tapeçaria, confeccionada na Inglaterra por mulheres bordadeiras, serviria para revestir e decorar a futura Catedral de Bayeux, que começaria a ser construída na década de 1070. Na tapeçaria foram trançadas em fios coloridos, a conquista do trono inglês por Guilherme, o Conquistador.

De maneira sutil, sem desrespeitar a história do rival ao trono, as cenas fornecem ao observador não somente a visão dos fatos ocorridos desde o envio de Harold Godwinson para a Normandia a mando do então monarca Eduardo, o Confessor, até a vitória de Guilherme na batalha de Hastings. Ela fornece um olhar medieval sobre os eventos ocorridos relativos à invasão normanda e de como os medievos compreendiam esses eventos uma vez que, pode-se ali encontrar uma série de imagens muito particulares daquele momento.
Um bom exemplo disso, aparece no momento em que Harold é morto em batalha, marcando definitivamente a vitória do normando, tornando-o o possuidor da coroa inglesa. Na imagem, o rei é atingido no olho por uma flecha. Essa era a simbologia utilizada na época para apontar as pessoas que quebravam a palavra empenhada, voltando-se contra quem jurou lealdade, ou seja, Harold era retratado como traidor. Se ele de fato morreu ou não assim, não se sabe, mas é visível a tentativa de legitimação do governo de Guilherme I por meio da arte.
Em uma sociedade extremamente visual, ou seja, onde a maioria esmagadora da população é analfabeta, o poder das imagens é gigantesco e imprescindível. A tapeçaria de Bayeux encontra-se hoje no museu de mesmo nome, localizado na Normandia, França.

Contato: medievalissimo@gmail.com
- Texto: Lili Gilli
- Edição de Áudio: Bruno Rosa
- Capa: Bruno Rosa
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Pix: cliohistoriaeliteratura@gmail.com

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