Onde Está o Corpo de Dom Sebastião I? | Hoje Na História

4 de Agosto de 1578

Hoje há 442 anos nas areias quentes do norte do Marrocos acontecia um dos episódios mais marcantes da história de Portugal, além de ser emblemática para a nossa história colonial: a Batalha de Alcácer Quibir, também conhecida como a Batalha dos Três Reis. E por que essa batalha é importante? Vem comigo que eu te explico.

Alcácer Quibir marca o final da decadência do reino de Portugal, pois dom Sebastião I, o Desejado, tenta recuperar antigas possessões lusitanas no norte da África. E para isso ele se alinhou com o sultão do Marrocos Abu Abdallah Mohammed II contra o novo sultão Abd Al-Malik I.

Um fato interessante é que os três monarcas morreram em batalha, o que levou, do lado marroquino a ascensão do Império Saadi, e do lado lusitano a consolidação do mito conhecido como sebastianismo, pois o corpo de dom Sebastião I nunca foi recuperado das terras marroquinas. E também não ocorreu nenhum pedido de resgate, prática comum na época.

O sebastianismo foi uma crença milenarista portuguesa que um monarca iria surgir e restaurar a glória do Império Português. Tal mito é transversal na história de Portugal, e o sebastianismo ocorreu antes de dom Sebastião I, como por exemplo nas trovas do Bandarra, durante ou logo após o seu reinado, como por exemplo no padre Antônio Vieira e também nos tempos modernos com Fernando Pessoa e seu Mensagem.

Com a morte de dom Sebastião I a dinastia de Avis chega ao final e quem ascende ao trono português é Filipe II, dos Habsburgos, e começava assim a chamada União Ibérica, que irá durar até 1640, depois da Guerra de Restauração. A União Ibérica seria importante para o Brasil Colônia, porque foi graças a ela ocorreu a exploração dos interiores brasileiros, antes domínios espanhóis, além de ter levado às invasões holandesas no Pernambuco e na Bahia, uma das fagulhas do sentimento nativista brasileiro.

A imagem mostra o detalhe da única representação conhecida da batalha de Alcácer-Quibir publicada por Miguel Leitão de Andrade na obra Miscelânea (1629): nele está ilustrado o exército português, numericamente inferior, prestes a ser cercado pelas forças islâmicas.


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