3 de Agosto de 1936

Não é estranho que esportes sirvam de exemplo midiática e de propaganda para regimes políticos. Há exemplos abundantes na história do século 20, como por exemplo o uso da Seleção pela Ditadura Civil-Militar, os atletas olímpicos da Alemanha Oriental, entre outros tantos. E um dos primeiros exemplos desse uso, pelo menos nos Jogos Olímpicos, foi durante os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim.
As Olimpíadas modernas, até 1936, eram diferentes do que estamos acostumados com os Jogos hoje, por exemplo não havia Pira Olímpica, não havia transmissão de rádio e televisão, entre outras inovações criadas pelo regime nazista alemão.
Hitler e seus asseclas queriam usar os Jogos como prova de superioridade racial ariana, e tentaria usaria de todas as maneiras para fazer a propaganda dessa superioridade, e o principal alvo eram as competições de atletismo. E foram nelas que surgiu uma lenda: Jesse Owens.
Em 3 de agosto, no terceiro dia dos jogos, Owens venceria os 100 metros rasos, com o tempo de 10.3 segundos, batendo seu compatriota Ralph Metcalfe um décimo de segundo e o holandês Tinus Osendarp por dois décimos de segundo. Com a vitória 100 metros rasos Owens ganharia a primeira das suas quatro medalhas nas Olimpíadas de Berlim.
A segunda medalha seria vencida no dia seguinte no salto à distância ao pular 8.06 metros, salto seria imortalizado por Leni Riefenstahl em seu documentário Olympia. A terceira seria vencida no dia 5 nos 200 metros rasos com tempo de 20.7 segundos, batendo Mack Robinson. Sua quarta seria a mais reconhecida, a vitória no revezamento 4×100 metros para a equipe estadunidense no dia 9 de agosto.
Assim Jesse Owens vencia a supremacia ariana e estabeleceria um recorde de medalhas de outro vencidas em uma única edição dos Jogos, recorde que só seria igualado em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, onde Carl Lewis também venceria as mesmas categorias naquela edição.
Hitler se recusou a entregar as medalhas de ouro de Owens e o parabeniza-lo por suas conquistas, alegando que ele somente cumprementaria os atletas alemães. Segundo Albert Speer, um dos homens mais próximo do Führer, ficou profundamente irritado com as vitórias de afro-americanos nas Olimpíadas que deveriam consagram o ressurgimento e supremacia da Alemanha. É preciso ressaltar que Owens também não foi convidado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt para a cerimônia de congratulação na Casa Branca.
Na imagem foto de Jesse Owens saltando para a vitória no salto à distância no Estádio Olímpico de Berlim, autoria anônima

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