31 de Julho de 1826

Há 194 anos, em 31 de Julho de 1826, morria Cayetano Antonio Ripoll em Valência. Cayetano era um homem comum, cuja morte foi o fim de uma longa história de violência.
Professor bem quisto pela comunidade, lutou na Guerra de Independência da Espanha contra a França (1808-1814), sendo preso logo no começo da guerra e mando para a prisão na França, onde ficou até a derrota de Napoleão.
Na prisão, conheceu um grupo de quaker que tinham se convertido ao deísmo, e assim abandonando a Igreja Católica, pois passou a acreditar que a fé não necessitava de uma participação em uma instituição religiosa. Voltando para a Espanha e estabeleceu-se em Valência onde tornou-se professor. Orientava seus alunos a não serem tão crédulos e realizava uma série de projetos de assistência social, especialmente com sem-tetos e desempregados.
No entanto ele foi denunciado por orientar os alunos a substituir a expressão Ave Maria por Louvado seja Deus e preso em nome do arcebispo de Valência, Simon López em 1824. A inquisição havia sido extinta na Espanha com a invasão napoleônica, mas o cardeal criou uma “Junta de Fé” que condenou Ripoll à forca por heresia teimosa (ele recusava-se a retornar ao catolicismo),
Cayetano foi enforcado em praça pública e sua morte teve tamanha repercussão na Europa que Fernando VII se viu obrigado a emitir uma carta régia proibindo julgamentos por crimes de religião em todos os seus domínios. Assim morreu o último homem condenado formalmente por heresia em um país cristão.
Que sua memória sirva de lembrete dos perigos do fundamentalismo e da intolerância.
Na imagem, retrato anônimo de Cayetano Ripoll, divulgado na época de sua morte, início do século XIX.

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