A inexpugnável ilha da Normandia
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Diz a lenda que no ano de 708 o bispo de Avranches, Aubert teria recebido a visita de São Miguel em sonho. O arcanjo teria pedido que este erigisse um oratório em sua homenagem na ilha de maré localizada junto a foz do rio Couesnon. O religioso, no entanto, achando que não passava de um simples sonho, não atendeu a solicitação. Miguel, mais uma vez, apareceu para o bispo e lhe pediu novamente que atendesse ao seu chamado. Aubert, acreditando que se tratava de uma manifestação do demônio para tentá-lo, ignorou novamente o pedido.

O anjo, já cansado da teimosia do religioso, realizou nova visita e, para ter certeza de que seria atendido, tocou a cabeça do homem ordenando que ele terminasse a tarefa que lhe foi dada. No local onde São Miguel encostou formou-se um buraco. Aubert convencido mandou então, que fosse construído no Monte Tombe (tumba em francês), um santuário dedicado ao arcanjo, rebatizando a ilha com o nome de seu padroeiro. Depois da sua morte, Aubert foi canonizado e seu crânio, que se tornou uma relíquia, permanece na basílica de Saint Gervais, na cidade Avraches até os dias de hoje.
Para além da sua criação lendária, o Monte Saint Michel representa um dos locais mais interessantes legados pela Idade Média. Segundo as fontes históricas, o local teria sido utilizado como fortaleza galo-romana durante os séculos VI e VII. Após esse período, a ilha foi invadida e ocupada pelos francos. Quando começaram a ocorrer ataques vikings na costa nordeste do Império Franco durante o século IX, o rei concedeu aos bretões a posse do monte.

A ilha, tomada pela invasão normanda ocorrida na região, começou a possuir grande importância estratégica e passou a estar associada e submetida ao ducado da Normandia a partir do século X. Nos anos que se seguiram, o então duque Ricardo II patrocinou o início da construção da abadia de Saint Michel em estilo românico. Esta só viria a ser terminada no século XII, quando suas estruturas foram reforçadas e a fachada principal da igreja erguida.
Saint-Michel representou um verdadeiro obstáculo para as forças inglesas durante a Guerra dos Cem anos. Apesar das diversas tentativas de ocupação e cercos, a ilha permaneceu sob os domínios da coroa francesa, tornando-se um símbolo nacional de resistência, inspirando franceses de todo o reino, especialmente Joana d’Arc. Com a fim da guerra, o local continuou a ser visitado por peregrinos vindos de todos os locais da Europa.

Contato: medievalissimo@gmail.com
- Texto: Bruno Rosa e Pauline Kisner
- Edição de Áudio: Bruno Rosa
- Capa: Bruno Rosa
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