Massacre de Eldorado do Carajás | Hoje Na História

17 de Abril de 1996

Enterro dos 19 agricultores do Movimento Sem Terra assassinados pela PM do Pará. Foto de J.R. Ripper

Em 17 de Abril de 1996, há 24 anos, ocorria o massacre de Eldorado do Carajás, no estado do Pará. Neste dia mais de 1500 militantes do MST iniciaram uma marcha, em protesto, de Curionópolis à capital estadual, Belém, cerca de 900 km. Reivindicavam a desapropriação da fazenda Macaxeira, que possuía cerca de 40 mil hectares. A marcha se deu ao longo da Rodovia rodovia BR-155.

No fim da tarde, ao chegarem na chamada “Curva do S”, próximo ao município de Eldorado do Carajás, cerca de 70 soldados da Polícia Militar do Pará, vindos de Parauapebas, se colocaram a frente da marcha com o objetivo de “desobstruir a rodovia”. Logo depois chegam mais 85 soldados da PM e se colocam as costas da dos manifestantes. Neste momento os militantes e agricultores ficam cercados pela PM que começa a jogar bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los. Os PM’s eram comandados pelo comandados pelo Major Oliveira, que havia sido orientado pelo Secretário de segurança do estado, Paulo Sette Câmara, a “usar a força necessária, inclusive atirar”, como declarou depois do massacre.

A Polícia efetuou disparos contra os militantes. Segundo relatos o primeiro a ser atingido foi o agricultor surdo mudo que, como não ouviu os disparos, não sabia o que estava acontecendo. Ele foi atingido a queima roupa. Junto a ele 18 outros manifestantes foram mortos, 10 a também a queima roupa e outros 7 de instrumento cortantes, como facões e foices. A pericia viria a indicar evidencias de execução, visto que 24 dos 34 tiros disparados, contra os militantes mortos foram, foram na cabeça e próximo ao coração.

Foi aberto um inquérito militar para investigar o caso, mas nenhum sodado foi preso ou responsabilizado. A polícia Federal entrou no caso a pedido do procurador geral da República Geraldo Brindeiro. O então governador do Pará, Almir Gabriel, foi acusado por autorizar a desobstrução da Rodovia, mas o caso não foi para frente. Apenas em maio de 2012, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira foram presos, condenados á 228 e 158 anos de reclusão. Em maio de 1996 o dono da Fazenda Macaxeira foi acusado de ter pagado propina o coronel Pantoja para que os lideres do movimento fossem mortos. Mas os fazendeiros não foram apontados no inquérito.


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