Bata bata onde dói… e com força!
O fascismo não é para ser debatido, é para ser destruído!
Buenaventura Durruti
Lançado em 2019, pela editora Autonomia Literária, Antifa – O manual antifascista, escrito pelo historiador estadunidense Mark Bray, especialista em direitos humanos, terrorismo e radicalismo político, e um dos organizadores do movimento Occupy Wall Street, em 2011, talvez seja um dos livros mais precisos, em seus dois sentidos, que tenha lido desde as recentes derrotas dos projetos civilizatórios nas urnas, representadas nas figuras, principalmente, no Brexit e nas eleições de Trump e Bolsonaro.
Em seu ensaio, Bray busca traçar uma história da resistência ao fascismo, ou seja, busca traçar um panorama de ação dos grupos antifascistas, ou antifas, suas táticas, suas estruturas e suas ideologias políticas. E essa história começa no período pré-Segunda Guerra e justamente até os nossos dias.

Se utilizando das metodologias da história oral e da microhistória, Bray foge dos documentos oficiais, principalmente os midiáticos, a mídia burguesa tendencialmente não vê com bons os olhos as ações antifas mesmo defendendo editorialmente a democracia e repudiando os autoritarismo e o próprio fascismo, e se foca a sua escrita justamente nos militantes. Seu livro, antes de mais nada, é uma história da militância antifa do que do antifascismo em-si, tanto que em poucos momentos há um debate sobre o que seja teoricamente o antifascismo, defino apenas como a resistência e a luta contra o fascismo.
É preciso que nos atentemos com o subtítulo do livro, por que se trata de um manual antifascista? Simples, Bray tem como missão nos mostrar que a luta antifa é contínua e constante, que não devemos nunca arrefecer a luta contra quem é a favor da barbárie e contra a humanidade, contra qualquer forma de humanidade. Talvez por esse motivo que ele tenha escolhido a metodologia que escolheu e a utilização de uma linguagem popular e que foge do academicismo. Ou seja, em Antifa – O manual antifascista é um misto de um estudo intelectual científico com panfleto ideológico, o que fica claro no começo do livro quando o autor afirma que não dará voz para o “outro lado”, afirmando assim sua obstinação e alinhamento ideológico, muito bem-vindo, diga-se de passagem.

Uma das reflexões mais importantes que devemos fazer ao ler um texto como esse que se apresenta para nós é a tomada de posição e de lado, ele te faz refletir sobre qual lado você quer estar, o da humanidade ou da não-humanidade, e quais ações tomar. E talvez essas sejam as principais reflexões que devemos fazer no tempo de escalonamento do fascismo em todo planeta. E nessa eu só tenho uma coisa a falar, leitor: chega junto e como vamos lutar contra o fascismo?

FICHA TÉCNICA

Nome: Antifa – O manual antifascista
Autor: Mark Bray
Editora: Autonomia Literária
Páginas: 391 pp.
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