23 de Novembro de 1733

Há 287 anos cerca de 150 africanos escravizados da etnia akan, oriundos do reino de Akwamu, se levantaram e se rebeleram contra seus senhores e contra a escravidão na ilha de Sankt Jan, atual Saint John, parte das Índias Ocidentais Dinamarquesas, e hoje parte das Ilhas Virgens Americanas.
Considerada uma das mais longevas rebeliões de escravizados, durando de novembro de 1733 até agosto de 1734, e liderados pelo chefe June os akan tomaram posse de toda ilha e só foram derrotados quando tropas mercenárias suíças e francesas aportaram na ilha vindos de Martinica, uma colônia francesa no Caribe e próxima de Sankt Jan.
Os akan são um povo da África Ocidental que ocupam os territórios conhecidos hoje como Costa do Marfim e Gana. Hoje existem cerca de 20 milhões de akans que se subdividem em grupos como Ashanti, Bono, Akwamu, Fante, entre outros. Segundo a etnogênese contada pelos próprios akan eles teriam migrado do Saara e do Sahel e ocupado territórios florestados no século XI.
A história dos akan é tradicionalmente ligada ao embate contra o colonialismo europeu, principalmente os Ashanti, vencendo os colonizadores, notoriamente os britânicos, em diversas ocasiões, como na Guerra do Trono Dourado, que na prática garantiu a independência dos Ashanti.
A Revolta de Sankt Jan nos ensina que é preciso resistir ao colonialismo e a qualquer política escravista, e além da resistência também precisamos nos portar como anticolonialistas e decolonialistas.
Na imagem foto de uma máscara memorial akan, datada do século XVII e depositada no Metropolitan Art Museum em Nova York.

Conheça nossa campanha de financiamento contínuo
Entre em https://www.padrim.com.br/cliopodcasts e ajude a partir de R$ 1,00 mensais a manter esse projeto no ar e produzindo cada vez mais conteúdo acessível para todas e todos.


Você também pode nos financiar via PicPay! Se você tem um cashback sobre então porque não apoiar um projeto de comunicação e educação histórica.
Procura a gente lá em https://app.picpay.com/user/cliohistoriaeliteratura