22 de Julho

Ao contrário dos textos que normalmente são aqui apresentados, o “Hoje na História” falará sobre uma figura fascinante e, por isso mesmo, geradora muita controvérsia. O calendário cristão dedica o dia 22 de julho a Maria Madalena, personagem que, segundo os textos do Novo Testamento, teria acompanhado Jesus e os Apóstolos durante suas peregrinações.
Precisamos entender que independentemente de Madalena ser uma figura real ou não, a mulher que hoje é cultuada como santa é resultado de um processo de construção histórica, uma vez que ela é compreendida de formas diferentes. Se pensarmos na imagem que a Igreja Católica formou dessa Maria, teremos o exemplo perfeito de pecadora, que ao se penitenciar e servir ao Cristo, tornou-se triunfante e um símbolo da mais elevada moral a ser seguido.
Essa representação nasce quando o papa Gregório Magno, ainda no século VI, une a figura de Madalena a de Maria de Betânia e a da mulher que unge os pés de Jesus, sendo aquele o primeiro a relacionar a Maria nascida em Magdala com os pecados do adultério e da prostituição. Essa homilia seria responsável então, por iniciar essa visão de mulher pecadora que encontra redenção, tão hegemônica ainda hoje. De concupiscente, Madalena passou a ocupar um lugar de destaque entre os seguidores do Cristo, tornando-se apostola apostolurum (a apóstola dos apóstolos).
Essa imagem difere bastante da ideia construída pelos cristãos ortodoxos uma vez que, desde o Grande Cisma do Oriente em 1054 – evento que marca a ruptura da Igreja e sua separação em duas partes – as influências de Roma foram pequenas. Para eles, Maria de Magdala sempre foi virtuosa, mesmo antes do episódio em que Jesus a liberta dos sete demônios. Ela é tida como exemplo de abnegação e fidelidade por estar constantemente ao lado do nazareno, trabalhar em favor do próximo e por anunciar sua ressurreição.
Na imagem podemos ver a pintura “Madalena Penitente” do pintor italiano Domenico Tintoretto de 1598.

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