7 de Julho de 1980

Há 40 anos, foi instituída a xaria não República Islâmica do Irã. Assim, desapareceu neste país a separação entre o Direito e a religião.
Desde 1979, o Irã vinha passando por grandes transformações, liderado pelo Aiatolá Khomeini. Uma ruptura completa com as potências ocidentais e o estabelecimento de um posicionamento independente no contexto da Guerra Fria. Um movimento de massas contra um Estado opressor, corrupto e ilegítimo para a maioria. A derrubada da monarquia foi uma lufada de esperança para os setores mais progressistas da sociedade iraniana da época.
No entanto, houve um recrudescimento da religião dentro da Revolução, que ganhou ares teocráticos. A xaria prevê uma submissão do Direito ao Corão, o que significou a perda de uma série de liberdade. O Irã que era um país laico como a Turquia ou o Líbano, tornou-se mais próximos de países como o Paquistão ou mesmo a grande rival Arábia Saudita.
Mulheres perderam uma série de direitos conquistados nas décadas anteriores, tendo o uso do véu (Hijab) passado a ser obrigatório, por exemplo. A homossexualidade passou a ser tratada como um crime. Minorias de outras religiões passaram a ser perseguidas e os costumes passaram a ser vigiados. Tudo em nome da soberania nacional e da emancipação espiritual.
E muitas vozes se calaram ou fugiram para não serem caladas, como foi o caso da quadrinista e também diretora de animação Marjane Satrapi, que ficou conhecida em todo o mundo com a HQ e a animação Persépolis que conta sua saga como uma adolescente no meio do turbilhão dos primeiros anos da Revolução Iraniana.
Na imagem, Marjane Satrapi desenhada por ela em Persépolis, 2000.

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