
Aposto que alguém que está lendo essa postagem já perdeu algo em uma enchente. Um sofá, geladeira, roupas ou documentos. Se não perdeu conhece alguém ou já assistiu alguma reportagem sobre alagamentos na cidade de São Paulo, ou na região metropolitana. Mas de quem é a culpa disso tudo? Da população que sem ter para onde ir vai se, literalmente, marginalizando de forma desenfreada nas baixadas e várzeas dos rios que cortam a cidade. Ou a culpa é da especulação imobiliária que vê nessas regiões a oportunidade de aterra-las e loteá-las com o único objetivo de lucrar. Ou ainda do incentivo à cultura do automóvel em que cada vez mais é necessário criar avenidas para o fluxo, assim canalizando e retificando esses rios?
Essas são questões que nos remetem ao documentário de 2009 “Entre Rios – A Urbanização de São Paulo” dirigido e narrado por Caio Silva Ferraz e produção de Joana Scarpelini. Essa produção de 25 min nos apresenta a relação “tóxica” entre a cidade de São Paulo e seus rios e córregos. A cidade que nasceu às margens do rio Tamanduateí e do córrego Anhangabaú e vai se desenvolvendo com a chegada da ferrovia e do capital até que começa a engolir, retificar e canalizar seus cursos d’água. Ação política que se agrava com o prefeito Prestes Maia que expande os limites do automóvel na cidade e coloca em prática seu plano de avenidas, assim alcançando os rios Tietê e Pinheiros em 1938.
Documentário em curta metragem para um assunto tão longo, porém consegue passar um panorama de onde surgem os problemas das enchentes na cidade com sua arte animada e entrevistas com profissionais em história e geografia.
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