Hoje Na História, 20 de Dezembro de 1997.

Em 20 de Dezembro de 1997, há 22 anos, o Grupo de Rap Racionais MC’s lançam o álbum “Sobrevivendo no Inferno” pela gravadora Cosa Nostra, esse que é um dos discos mais importantes da música brasileira com mais de 1.500.000 de cópias vendidas. O álbum de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e o DJ KL Jay vem para escancarar a realidade da periferia urbana do Brasil; o racismo, desigualdade e violência policial sofridos por essa população marginalizada. Com o crescimento vertiginoso das igrejas neopentecostais na década de 90 na periferia, os Racionais se apropriam de elementos Cristãos para a criação do álbum desde a capa, uma cruz dourada com fundo preto e o Salmo 23, rimas e nome das músicas, como “Capitulo 4, Versículo 3”, e a organização das faixas. Segundo o Dr. em literatura Brasileira Acauam Oliveira, o álbum se organiza como se fosse um culto, primeiro com canto de louvor (“Jorge da Capadócia” de Jorge Ben Jor) depois a leitura da Gênese, apresentação do pastor e dos testemunhos (“Capítulo 4, Versículo 3”, “Tô Ouvindo Alguém me Chamar” e”Rapaz Comum”), depois o grande relato (“Diário de um Detento”, que conta a historia do massacre do Carandiru em 1992, e “Periferia é Periferia (Em Qualquer Lugar)” ), a atuação do Diabo (“Qual Mentira Vou Acreditar?”) e por fim um momento de reflexão (“Mágico de Oz” e “Fórmula Mágica da Paz”). Em 2015, o então prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com o álbum como símbolo da cidade de São Paulo e em 2018 o álbum foi incluído pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da UNICAMP) na lista de obras de leitura obrigatória para o vestibular de 2020.
Na imagem: Capa do álbum lançado em 1997.

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