Um olhar sobre a vida cotidiana na França e Inglaterra do séculos XII-XIII
O mito arturiano talvez seja uma das histórias medievais mais reconhecidas na contemporaneidade, seja pela sua ressignificação, seja pela sua apropriação, seja pela ressurreição. Arthur, o Graal, Lancelot, Guineverè, Excalibur, e demais personagens – históricos ou literários? Esse é um excelente debate para outras veredas – povoam o nosso imaginário e nossa cultura, e se encontram presente nas mais diversas peças artísticas e culturais, como filmes, óperas, programas televisivos, videogames, entre outras tantas manifestações estéticas.

Muito já se estudou sobre a veracidade, ou pelo menos veracidade histórica, se utilizando das mais diversas metodologias, e com a urgência da história do cotidiano o período e o espaço passou a ser visto como um terreno fértil para um estudo temático. O medievalista francês Michel Pastoureau, professor catedrático na história do do simbolismo ocidental e diretor de estudos da École Prátique des Hautes Études da Sorbonne, além de ser membro da Academia Internacional de Heráldica, se lançou nessa tarefa, e lançou em 1991 um pequeno ensaio chamado No Tempo dos Cavaleiros da Távola Redonda.
Aqui Pastoureau estuda o cotidiano da vida de nobres e cavaleiros, reis e rainhas, príncipes e princesas, de Inglaterra e França nos séculos XII-XIII numa análise acessível para o público geral, mesmo que em algum pontos falte um pouco de profundidade acadêmica e científica, porém a missão do especialista em heráldica e numismática medieval é justamente criar pontes e diminuir espaços entre a ciência histórica e os leitores não-iniciados, um esforço louvável, e claudicante entre os acadêmicos nos mais diversos pontos do globo na atualidade.

No Tempo dos Cavaleiros da Távola Redonda apresenta ao leitor um compêndio de informações e narrativas sobre como se vestiam, como se chamava, como e o que comiam, como se divertiam, entre outros diversos aspectos ditos práticos os homens e mulheres daquele tempo naquele espaço. E é justamente aqui que Pastoureau faz um papel que os historiadores se sentem inconfortáveis em fazer, o de trazer curiosidades e banalidades para o centro do estudo proposto, porém sempre demandado pelo público geral de história, geralmente introduzido à ciência histórica por esse recorte.
Se há abundância, mesmo com as vagas informações de arquivo e memória do período, de trivialidades há uma ausência notável de análise de fundo mais aprofundada e com sustância. É preciso que se diga: isso não é uma falha, pelo contrário, é um recorte, um objetivo a ser alcançado. Com uma linguagem acessível e um texto claro, No Tempo dos Cavaleiros da Távola Redonda é um excelente texto introdutório para aqueles que buscam ampliar seu conhecimento sobre o período, ou se introduzir nos campos da história do cotidiano ou medieval, é um excelente texto.


Ficha Técnica
Nome: No Tempo dos Cavaleiros da Távola Redonda
Autor: Michel Pastoureau
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 217
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